quinta-feira, 23 de novembro de 2017

EMOÇÕES EM SEXTILHA




De posse da técnica de fazer sextilhas, e uma vez consagradas pelos autores, esta modalidade tornou-se rica e obrigatória no início de qualquer combate poético. No exemplo abaixo, rima-se entre si, o segundo, o quarto e o sexto versos, deixando órfãos o primeiro, terceiro e quinto versos. Mesmo assim, existem dentro dessa modalidade outros estilos. (Informações da Academia Brasileira da Literatura de Cordel).

Os sonhos da minha terra
Trago-os guardados no peito
Da noite ao nascer do sol
Parece tudo perfeito
O rouxinol quando canta
Acalenta-me no leito.


O campo fica florido
Na época da chuvarada
Transforma toda paisagem
Alegrando a passarada
O colorido é tão belo
Despertando a madrugada.


O meu povo sertanejo
Quando vê limpo o nascente
Bate logo uma tristeza
Nada lhe deixa contente
Seu realejo não tem som
Sem chuva não há semente.


Só resta mesmo a saudade
Daquele tempo querido
Cada um que foi partindo
Deu para a vida sentido
Ao cumprir o seu legado
Na prole o amor foi mantido.


Neneca Barbosa
22/11/2017


sábado, 4 de novembro de 2017

SONETO AO AMOR




Ao meu amor, que seja muito intenso

Para que possa com desvelo, entanto,

Ser a razão do mais divino encanto

Tal qual perfume que se torna incenso.

 

Sentir desejos desse amor imenso,

Sem despertar nele, ilusão contanto.

Rir e chorar em espalhar meu pranto

Aos desafios a um amor propenso.

 

Nesse momento não transcenda, enfim,

Do fogo, que destrói que chega ao fim, 

E tudo venha a ser acolhedor.

 

Seja profundo, de maneira altiva 

Contudo que o nostálgico não viva,

Ao desfrutar desse mais belo amor.

 

Neneca Barbosa
João Pessoa, 27/10/2017

Uma paráfrase ao Soneto de Fidelidade - Vinicius de Morais,
revisado pelo meu professor de Teoria da Literatura I, poeta - Curso: Letras Português - UFPB.

sábado, 1 de julho de 2017

CIRANDAR COM A CAPPAZ



Cem cirandas estamos completando
Nesse mês que traz muitas alegrias
É São João todos estão cirandando
Brincando com paz e com harmonia.


Os poetas são como belas borboletas
Que com seus versos ficam a bailar
Fazendo piruetas sobre as violetas
Conseguem as cirandas espalhar.

Vamos cirandar fazendo oração
Pra que haja tempo de fraternidade
E vermos na face de cada irmão
A tão desejada felicidade.

De mãos dadas vamos nós cirandar
Construir um novo mundo com poesia
Pra que possamos justiça alcançar
Mudando nos corações a energia.

Neneca Barbosa
João Pessoa, 24/06/2017

 Fiz esse poema para a Confraria Artistas e Poetas Pela Paz (CAPPAZ),  que completou cem Cirandas, da qual faço parte.

TEMPOS DE OUTRORA


Quão belos eram os tempos de outrora
Fazem-me reviver a calmaria
Do meu rincão sem os medos de agora
Onde transcrevo em forma de poesia.

Saudades da infância com seus sabores,
Da casa, da família, dos amigos,
Da rua tranqüila e dos jardins em flores
É como não existissem os perigos.

Que o sino da igreja continue a tocar
Compondo, assim, uma nova história
Para que a paz e o amor possam reinar
São registros que guardo na memória.

Oh, minha alma não fique aprisionada
Deixo a porta aberta para que voe
Encontre a fraternidade almejada
E canções de esperanças você entoe.

Neneca Barbosa
João Pessoa, 21/06/2017

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

ALMA DE MULHER


Momento do lançamento do livro "Mãos Poéticas" da poetisa catoleense Celina Maria de Menezes (Dona Santa), tia de Petronilo Filho, na cidade paraibana de Catolé do Rocha. Em sua homenagem compus este singelo poema.Vale ressaltar que a poetisa em maio completará 90 anos. De uma memória invejável, recita muitos dos seus poemas, sem precisar do papel.


ALMA DE MULHER

O tecer dos versos por inspiração
Nasce da alma de uma mulher sensível
Que traz no seu sublime coração
As pegadas de um mundo tangível.

Cada sonho, emoção e sentimento
São transformados em bela poesia
Embalada pela força do vento
Com sensibilidade e magia.

No peito guarda diversas lembranças
Que se achegam com gosto de saudade
Mas segue a jornada com esperança
De ter cumprido sua missão de verdade.

Mulher, Mãe, companheira e educadora
Deixa seu legado como memória
Não mediu esforços de buscadora
Para junto aos seus construir sua história.

Neneca Barbosa
Catolé do Rocha, 14/01/2017