segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O TRAJETO HUMANO



No seu caminho antropológico o ser humano
Depara-se com experiências inimagináveis
Ora de caráter insensível neste mundo insano
Ora transforma-se e cria sentimentos sublimáveis.

Tendo em sua natureza um modo contraditório
É admirável pela capacidade de produzir
Tem a necessidade de buscar sair do ilusório
E mergulhar fundo na transcendência do existir.

Caminha não se limitando à materialidade
Humaniza-se e dá significados a existência
Segue por veredas que compõem a diversidade
Adquire conhecimento que dilata a consciência.

Vai reconstruindo com luta seu universo interior
Nele surge uma flor de lótus que por sua vontade
Emerge da água lodosa do seu entorno exterior
Elevando seu espírito que sai da obscuridade.

Neneca Barbosa
João Pessoa, 23/09/2013

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

ALMA APRISIONADA




Voando cantam os passarinhos
Que pousam por sobre o telhado
Em bando chegam de mansinho
Alegrando o velho sobrado.

Uma alma com voz misteriosa
Ecoa lá dentro da mansarda
Não escuta uma ave prodigiosa
Que com seu gorjeio lhe aguarda.

Prisioneira das ilusões
É ávida de um mundo real
Deseja romper os grilhões
Sair da profundeza abissal.

Os mistérios de sua consciência
Com coragem quer desvendar
Para prosseguir na existência
E de novo sonhar e voar.

Neneca Barbosa
João Pessoa, 20/0/2013

CORTINAS DA MEMÓRIA





Abro as cortinas da minha memória
Num resgate fragmentado da infância
Ancoradouro para lembrar a história
Que reconstruo daquela velha estância.

Imagens se mesclam nesta aventura
Numa mistura de cheiro e sabor
Sobrevivem sem que haja ruptura
Com aquele passado sonhador.

Mergulho no riacho da meninice
Mundo repleto de criatividade
Como também de muitas peraltices
Sem máscaras vivia a felicidade.

Protagonista do teatro da Vida
Sou no palco a única personagem 
Represento minha história vivida
E a cada cena troco de roupagem.


Neneca Barbosa
João Pessoa, 19/09/2013

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

FLORES DE PRIMAVERA





Os botões das flores são o prenúncio da primavera
Que abrem suas pétalas para cantar a doce Vida
Encontram-se nos campos, palácios, jardins e taperas
Na inspiração do poeta cada um tem sua acolhida.

As flores são dos deuses e dos homens o ornamento
Seus cálices retêm a chuva e o orvalho fecundante
Que alimentam o pólen pra um novo renascimento
Levado pelo vento com seu trabalho pujante.

Primavera, estação de festa para as borboletas
Estes seres alados de fascinante beleza
Espíritos viajantes que habitam o planeta
Símbolos mitológicos de tamanha grandeza.

Primavera, estação ao nosso grande despertar
Libertando-nos das ilusões vãs e passageiras
Manifestação da energia vital que faz brotar
Nas flores que serão nossas eternas mensageiras.

Neneca Barbosa
João Pessoa, 13/092013

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

FOLHAS QUE CAEM




No outono as folhas caem no chão e voam
Tingidas pelas mensagens de amor
Mas os ignotos ventos que as entoam
Levam-nas para longe com furor.

Quiçá, vão adubar outros corações
Que precisam da seiva da alegria
Para alegrá-los com novas canções
Tirando-os da nefasta nostalgia.

Agasalhá-los das aragens frias
Aquecendo os sonhos, as emoções...
Que n’alma permeiam em sintonia
Com os novos caminhos das estações.

Todas conduzem um traço especial
Como o tom de uma flauta que ecoa no ar
Renovam-se de forma temporal
Mensageiras do amor além do mar.

Neneca Barbosa
João Pessoa, 10/09/2013