sexta-feira, 20 de setembro de 2013

CORTINAS DA MEMÓRIA





Abro as cortinas da minha memória
Num resgate fragmentado da infância
Ancoradouro para lembrar a história
Que reconstruo daquela velha estância.

Imagens se mesclam nesta aventura
Numa mistura de cheiro e sabor
Sobrevivem sem que haja ruptura
Com aquele passado sonhador.

Mergulho no riacho da meninice
Mundo repleto de criatividade
Como também de muitas peraltices
Sem máscaras vivia a felicidade.

Protagonista do teatro da Vida
Sou no palco a única personagem 
Represento minha história vivida
E a cada cena troco de roupagem.


Neneca Barbosa
João Pessoa, 19/09/2013

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

FLORES DE PRIMAVERA





Os botões das flores são o prenúncio da primavera
Que abrem suas pétalas para cantar a doce Vida
Encontram-se nos campos, palácios, jardins e taperas
Na inspiração do poeta cada um tem sua acolhida.

As flores são dos deuses e dos homens o ornamento
Seus cálices retêm a chuva e o orvalho fecundante
Que alimentam o pólen pra um novo renascimento
Levado pelo vento com seu trabalho pujante.

Primavera, estação de festa para as borboletas
Estes seres alados de fascinante beleza
Espíritos viajantes que habitam o planeta
Símbolos mitológicos de tamanha grandeza.

Primavera, estação ao nosso grande despertar
Libertando-nos das ilusões vãs e passageiras
Manifestação da energia vital que faz brotar
Nas flores que serão nossas eternas mensageiras.

Neneca Barbosa
João Pessoa, 13/092013

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

FOLHAS QUE CAEM




No outono as folhas caem no chão e voam
Tingidas pelas mensagens de amor
Mas os ignotos ventos que as entoam
Levam-nas para longe com furor.

Quiçá, vão adubar outros corações
Que precisam da seiva da alegria
Para alegrá-los com novas canções
Tirando-os da nefasta nostalgia.

Agasalhá-los das aragens frias
Aquecendo os sonhos, as emoções...
Que n’alma permeiam em sintonia
Com os novos caminhos das estações.

Todas conduzem um traço especial
Como o tom de uma flauta que ecoa no ar
Renovam-se de forma temporal
Mensageiras do amor além do mar.

Neneca Barbosa
João Pessoa, 10/09/2013

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

A SOLIDÃO DA NOITE






Na solidão da noite divago meus pensamentos
Que vão buscar os velhos sonhos neste momento
Nos raios do luar deslumbro uma silhueta desenhada
Pensei ser você, mas estava sonhando acordada.

Continuei sozinha com minha viagem sideral
Tive uma visão onírica de um jardim especial
Que ofuscou meu olhar pela sua magnitude estelar
Queria sua companhia para poder lhe cativar.

Ah, os sonhos! Como vivem constantes em minha alma
Eles são estrelas floridas que me trazem calma
Que transcendem de maneira mágica a realidade
No céu da noite meu espírito voa com liberdade.

O real anda lado a lado com o meu imaginário
Por isso, quero encontrá-lo neste belo cenário
Que preparei com carinho para dar meu regaço
E transformar a solidão da noite com seu abraço.

Neneca Barbosa
João Pessoa, 09/09/2013